segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Os 'encantos mil' da marchinha oitentona (e sarada) que dá nome ao nosso troféu

André Filho
Não foi o compositor carioca André Filho quem inventou o apelido “Cidade Maravilhosa”, pelo qual o Rio de Janeiro é conhecido há mais de um século. A alcunha foi criada pelo escritor maranhense Coelho Neto, que assim se referiu à então capital da república num artigo publicado no jornal A Notícia (edição de 29-11-1908).

Mas foi André Filho (1906-1974) quem aproveitou o mote dado pelo escritor para compor um dos maiores sucessos – senão o maior – do gênero marchinha: Cidade maravilhosa, lançada no carnaval de 1935 num disco da Odeon, em gravação do próprio André em dueto com Aurora Miranda (data da gravação: 4 de setembro de 34). Clique aqui para ouvir a primeira gravação.

Curiosamente, Cidade maravilhosa não venceu o concurso oficial de músicas de carnaval organizado pela Prefeitura do Rio em 1935: ficou em 2º lugar, atrás de uma certa Coração ingrato (Nássara e Frazão). Mas foi no salão que se deu a consagração da marchinha de André Filho, ganhando o coração dos foliões (cariocas ou não) e tornando-se número obrigatório no encerramento de qualquer baile de carnaval que se preze.

Proclamada hino do município pela própria Prefeitura (decreto de 25-8-1960), a octogenária marchinha dá nome ao troféu que será entregue ao grande campeão do 10º Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso. Depois de homenagear grandes personagens do carnaval (como Lamartine Babo, Braguinha, Haroldo Lobo, Carmen Miranda, Chiquinha Gonzaga...), o Concurso tem como homenageado desta edição a cidade do Rio de Janeiro, que em 2015 comemora os 450 anos de sua fundação.

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