Finalista em 2010, com O avião do Sarkozy, a dupla de compositores Cássio e Rita Tucunduva está de volta ao Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas. Desta vez, concorrem com Cadê a viga?, marchinha-charge criada após o sumiço, em outubro de 2012, de seis vigas de sustentação do Elevado da Perimetral, demolido durante a reforma da zona portuária do Rio. Avaliadas em R$ 1,5 milhão, as vigas de aço (que mediam 40 metros de comprimento e, juntas, pesavam 120 toneladas) evaporaram sem qualquer explicação da Prefeitura do Rio e logo viraram tema de artigos de jornal, debates de rádio, noticiários de TV. “A situação era tão absurda que me deu aquele estalo: esse assunto dá samba, ou melhor: marchinha”, recorda Cássio, que correu para o violão e dividiu os versos com a esposa, Rita. “Era um prato cheio pra esse espírito zombador que é a cara do carioca, que, sem perder o bom humor, interpela o prefeito numa marchinha de carnaval, com direito a duplo sentido.” A interpretação da marchinha – arranjada por Marcelo Caldi – ficou a cargo do próprio Cássio com os amigos Cely Trece, Naiana Péres e Paulinho Pereira. Para levantar o troféu Marlene, o compositor confia na performance teatral do quarteto, além do próprio mote da marcha. “O impressionante é que já se passou tanto tempo e nada das vigas, nem de explicações”, frisa o compositor, nascido há 63 anos no Rio, mas desde a infância morador de Niterói. “É ou não é uma tema atual?!”
Cadê a viga?
Cássio Tucunduva e Rita Tucunduva
Senhor prefeito
Não é intriga
Aonde foi que enfiaram aquela viga?
Senhor prefeito
Então me diga
Aonde foi que enfiaram aquela viga?
– Aquela viga é grossa pra chuchu
Vai ver até que esconderam no Caju
– Aquela viga ninguém sabe, ninguém viu
Mandaram a viga lá pra ponte que partiu
Clique aqui para ouvir Cadê a viga?, na interpretação de Cássio Tucunduva, Cely Trece, Naiana Péres e Paulinho Pereira.
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