sábado, 7 de fevereiro de 2015

Gostosa, maliciosa e patrimônio imaterial

J. Carlos
Eu sou gostosa, maliciosa
Não leve a mal
Politicamente incorreta
Sou a marchinha de carnaval

Feita a quatro mãos pelos mestres João Roberto Kelly e Eduardo Dussek, a marchinha-sobre-marchinha lançada no CD do 6º Concurso Nacional da Fundição Progresso (2011) já merece uma atualização. É que, além de gostosa, maliciosa e politicamente incorreta, a marchinha carnavalesca agora é patrimônio imaterial do Rio de Janeiro. Foi o que noticiou a coluna de Ancelmo Gois no jornal O Globo de ontem, informando o decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Município.

No decreto – que tem o número de 39751 e foi publicado logo na primeira página do D.O.U. de ontem – nosso ilustre mandatário reconhece “a relevância do gênero musical conhecido por Marchinha de Carnaval, uma manifestação musical nascida na cidade” e declara a mesma “Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial”.

Paes, que no ano passado foi muso às avessas da campeã do Concurso de Marchinhas (Cadê a viga?, de Cássio e Rita Tucunduva), publica seu decreto às vésperas do carnaval que comemora não só os 450 de fundação da cidade, como os 80 do lançamento – em 1935 – de Cidade maravilhosa (André Filho), a marchinha que se tornou hino do Rio de Janeiro.

O Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso saúda os foliões de todo o Brasil, ergue um brinde aos personagens que ajudaram a construir essa história (Chiquinha, Lamartine, Braguinha, Noel, Haroldo Lobo, Nássara, Mário Lago, Kelly...) e agradece à Prefeitura – e em especial o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade – pelo tombamento do mais carioca dos gêneros musicais brasileiros, atendendo ao pedido feito e protocolado pela produção do Concurso de Marchinhas em 1 de setembro de 2014.

Viva, enfim, a marchinha de carnaval!

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