sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Criatividade e acessibilidade, rima rica no cenário do baile semifinal

Foto de Débora Lembi / Portal INES
Joana Lyra, Lúcia Vignoli e
Marcelino Rodrigues, professores do
INES e cenógrafos do baile do
Concurso de Marchinhas
Quem for no domingo ao baile semifinal do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso, há de se impressionar com as grandes luminárias e máscaras gigantes enfeitando o palco São Sebastião – onde serão defendidas as dez marchinhas concorrentes ao troféu Cidade Maravilhosa. A surpresa será ainda maior quando o folião souber a história bacana que está por trás do cenário do baile – concebido por Joana Lyra, Lúcia Vignoli e Marcelino Rodrigues e feito com a participação de nove alunos adultos do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no bairro carioca de Laranjeiras.

Joana, Lúcia e Marcelino são professores do INES, onde propuseram – ainda no segundo semestre do ano passado – uma oficina de artesanato que resultasse no cenário do baile do Concurso de Marchinhas. Nome da oficina: Cores e Formas do Carnaval. Desde o início dos trabalhos, no mês de outubro, os alunos se mostraram cada vez mais interessados na labuta, colaborando com a pintura de painéis e com a montagem de elementos do cenário.

“Quando propusemos a oficina, nossos encontros eram só às quintas-feiras. Mas aí percebemos que os alunos começaram a aparecer todos os dias. Ou seja: foi um envolvimento imediato”, conta a cenógrafa e aderecista Joana Lyra. “Mesmo sendo um universo novo para eles, a ideia foi abraçada no ato. Espero que todos estejam na Fundição no domingo para curtir o baile e as marchinhas – que serão traduzidas para LIBRAS por um intérprete no palco São Sebastião.

Foto de Débora Lembi
Maquete do cenário
Além da fuzarca, os cenógrafos aprendizes (todos devidamente remunerados pelo trabalho) poderão conferir o resultado da labuta: 12 grandes luminárias e incontáveis bandeirolas de tecido penduradas sobre a Banda Fundição e intérpretes, e mais quatro máscaras gigantes de rosto inteiro enfeitando as paredes do baile. Um desafio extra foi projetar o cenário para um palco que – como o São Sebastião – não tem fundo.

“A gente já pensou em elementos que pudessem ser vistos de vários ângulos, como que é como estará o público no domingo, em volta do palco, que ali é como uma arena”, revela Joana, que já colaborou em edições anteriores do Concurso de Marchinhas fazendo adereços e bonecos gigantes atuando como assistente de cenografia do designer João Bird.

Nas luminárias presas no teto da Fundição, grandes painéis tridimensionais redondos – armados em bambolês – trarão pinturas de símbolos do Rio de Janeiro, como os Arcos da Lapa, o Corcovado e as florestas.

“A ideia partiu de criar um objeto tridimensional que remetesse aos carnavais antigos, àquelas caixas de luz lindas que enfeitavam a Avenida Rio Branco”, explica Joana, carioca nascida há 39 carnavais. “Já a proposta das máscaras a gente trouxe dos antigos bondes, que durante o carnaval percorriam a cidade decorados com máscaras.”

Um longo trabalho que, da pesquisa dos carnavais antigos à montagem do cenário na Fundição (começada anteontem), traz para o baile semifinal muito mais do que a alegria das marchinhas de carnaval. “A experiência está sendo muito bacana por tudo que está envolvido nela: além do resultado, que é o cenário propriamente dito, estou desenvolvendo meu lado de arte-educadora... Um processo muito rico, que dá muito trabalho, mas traz junto uma recompensa enorme”, conclui.

Para saber mais, clique aqui para acessar matéria do sítio virtual do INES sobre a oficina Cores e Formas do Carnaval.

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