Inspiração não tem hora nem lugar pra baixar. Prova disso é Menina black bloc, finalista da edição 2014 do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas que começou a surgir entre o trânsito e a meditação. “Eu estava na Rua Paissandu, perto do Palácio Guanabara, quando percebi que estava rolando manifestação e fiquei atento”, relata o compositor Oswaldo G Pereira. “Chegando ao meu destino, um local onde medito, a marchinha começou a vir. Foi chegando fora de foco, como geralmente acontece.” Lembrou-se da manifestante Emma (que foi capa da Veja e depois deu entrevista à Mídia Ninja), gravou outros pedaços no celular e arrematou a composição ao reencontrar o violão, em casa. “Gostei do resultado: uma marcha simpática que não julga os black blocs e no fim das contas dá seu recado: de que é possível quebrar as estruturas”, relembra Oswaldo, carioca de 45 anos que ouve marchinhas desde a infância, quando fuçava os discos do pai. Desde então, formou-se em Direito, lançou três CDs solo – Olha Zé (1998), As árvores (2005) e Serenata (2007) – e chegou ao nosso certame, no qual cantará sua “colombina pós-moderna” com arranjo de Paulo Aragão.
Oswaldo G Pereira
Menina black bloc
Black bloc, black bloc
Eu vou botar na rua
Um batalhão de choque
Muita pimenta e bomba
De efeito imoral
Pra gente quebrar tudo
Nesse carnaval
Eu que vivia uma vida atrasada
Encalhada, sem transformação
Ela chegou revoltada
E deu uma pedrada na minha ilusão
Hoje eu não conto cascata
Nem fico querendo mamata jamais
E o nosso amor é feito uma cidade
De prosperidade e paz
Clique aqui para ouvir Menina black bloc na interpretação de Oswaldo G Pereira.
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