Assim como o carnaval, outro filão importante para os compositores populares na primeira metade do século passado eram as festas juninas. Foi nesse contexto que surgiram grandes sucessos de São João, como Chegou a hora da fogueira (Lamartine Babo, 1933), Pula a fogueira (Getúlio Marinho e João Bastos Filho, 1936), Noites de junho (Braguinha e Alberto Ribeiro, 1939) e Pedro, Antonio e João (Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago, 1939).
Já na virada da década de 1940 para 50, foi a vez de Haroldo Lobo – grande compositor de carnaval, como todos os citados no parágrafo anterior – emplacar um clássico do repertório junino: O sanfoneiro só tocava isso. Seu parceiro na composição é o maestro Geraldo Medeiros, paraibano da cidade de Areia (nascido em 1917, falecido em 78), que veio para o Rio como primeiro trompetista da Orquestra Tabajara e depois foi músico da orquestra de Ary Barroso.
Criador de frevos, choros, sambas, maxixes e outros gêneros musicais, foi Medeiros quem criou o tema de O sanfoneiro só tocava isso. Um tema que até hoje é uma das marcas registradas das festas juninas, graças às muitas regravações que teve, por nomes dos mais diversos: Moraes Moreira, Tonico e Tinoco, Altamiro Carrilho, Regional do Canhoto e até os animadores de auditório Silvio Santos e Xuxa.
O sucesso, contudo, já nasceu com a gravação original, na voz de Dircinha Batista, realizada pela gravadora Odeon em 1º de dezembro de 1949, mirando as festas de 1950.
O sanfoneiro só tocava isso
Geraldo Medeiros e Haroldo Lobo
O baile lá na roça
Foi até o sol raiar
A casa estava cheia
Mal se podia andar
Estava tão gostoso
Aquele reboliço
Mas é que o sanfoneiro
Só tocava isso
De vez em quando alguém
Vinha pedindo pra mudar
O sanfoneiro ria
Querendo agradar
Diabo é que a sanfona
Tinha qualquer enguiço
Mas é que o sanfoneiro
Só tocava isso
Clique aqui para ouvir a gravação original de O sanfoneiro só tocava isso, por Dircinha Batista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário