sábado, 26 de janeiro de 2013

Bate-bola com Carlos Monte: Haroldo Lobo tinha "perfeita identificação com o espírito carnavalesco"

Se existisse um fã-clube de Haroldo Lobo, ele certamente seria o presidente, tamanha a paixão que tem pelo autor de Alalaô, Índio quer apito e Eu quero é rosetar. Estamos falando de Carlos Monte, 72 anos, engenheiro aposentado na 'vida civil', mas que comparece ao nosso blog na condição de folião, metido em fantasia preta, branca e azul – com cores de seu Botafogo (também o time de coração de Lobo) e da Portela, escola em que já prestou serviços como diretor do departamento cultural e também como autor do livro Velha Guarda da Portela, escrito em parceria com João Baptista M. Vargens. Mas aqui nossa conversa será, evidentemente, sobre o homenageado da 8ª edição do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas, Haroldo Lobo, também personagem de um show produzido por ele em 2010, com o grupo Sururu na Roda. Com a palavra, Carlos Monte.

O que mais você aprecia nas músicas do Haroldo Lobo?
 
A perfeita identificação com o espírito carnavalesco, traduzida na oportunidade dos temas escolhidos, nas expressões populares utilizadas nas letras, na simplicidade das melodias e consequentemente na imediata comunicação com o folião.

Com que músicas dele você se lembra de ter brincado carnaval na infância?

Na infância, na juventude e sempre, cantando e pulando nos salões e cordões, entre outras: Alalaô; Pra seu governo, Índio quer apito, Pescaria, Retrato do velho, A história da maçã e mais recentemente Tristeza, internacionalmente consagrada. E não esquecendo os grandes sambas “de meio de ano” dele em parceria com Wilson Batista (que este ano completaria centenário), como Emília, Rosalina e O 56 não veio.

Qual sua preferida? Por quê?

Lembraria Eu quero é rosetar, gravada pelo Jorge Veiga, pelo duplo sentido delicioso da expressão-título.

Por que o nome dele é tão pouco conhecido até mesmo pelos iniciados em música brasileira?

Confesso que não sei a razão maior, mas penso que a sua atitude desprendida de permanecer “na sombra”, entregando a divulgação de suas obras nas rádios ao seu constante parceiro Milton de Oliveira, e também ao seu próprio nome, mais comum do que outros como Lamartine, Noel, João de Barro, Nássara…

Conte um pouco da história do show Eu quero é rosetar: 100 anos de Haroldo Lobo, que você produziu no início de 2010. Alguma boa história da temporada?

Destacaria a reação de identidade do público com as músicas causada pela distribuição de máscaras e apitos que minha mulher, Silvia, dava para os frequentadores e a enorme emoção dos contemporâneos de Haroldo da Ponte de Tábuas, no final do Jardim Botânico, que conheceram os desfiles do Bloco da Bicharada e os maravilhosos bailes de carnaval do Clube Carioca, onde as suas músicas eram lançadas a cada ano. Os arranjos de Macelo Caldi e as interpretações do Sururu na Roda foram sensacionais.

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