quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Bate-bola com Jairo Severiano: “Haroldo tirava música de temas aparentemente insípidos”

Autor de dezenas de livros de referência em música popular brasileira, o pesquisador Jairo Severiano falou conosco sobre Haroldo Lobo, homenageado deste ano do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso. Cearense de 85 anos, Jairo chegou ao Rio em 1950 e brincou seu primeiro carnaval na Cidade Maravilhosa em 1951, ano de Pra seu governo (samba de Haroldo e Milton de Oliveira).

Qual a importância de Haroldo Lobo na música popular brasileira?
 
Na minha opinião, é o principal compositor de carnaval que tivemos, ao lado de Lamartine Babo e João de Barro. O Lamartine se aposentou cedo e ficaram os outros dois fazendo tanto marchinhas quanto sambas: João de Barro mais nas marchinhas, Haroldo mais no samba.

Qual era, na sua opinião, a principal qualidade de Haroldo Lobo como compositor?
 
Ele foi extraordinário em tudo que fez, mas para mim o que sobressai na obra dele é a capacidade de se aproveitar de temas aparentemente insípidos para fazer música. Por exemplo, o calor do verão que virou Alalaô. Ou a mulher do leiteiro.

Qual sua música preferida do nosso homenageado?
 
Ah, sem dúvida é Tristeza, dele com o Niltinho. Um samba lindo, ótimo para se brincar o carnaval e com uma melodia de uma beleza incomparável. Infelizmente, Haroldo não viveu a tempo de conhecer o sucesso de Tristeza, tanto aqui quanto no exterior.

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