O presidente Juscelino Kubitschek
e sua comitiva visitavam as terras em que Brasília começava a ser erguida, em
meados da década de 50, e foram conhecer uma aldeia indígena. Passados os
cumprimentos iniciais, um integrante da comitiva se agachou para pegar um colar
a ser oferecido ao cacique e – prrrrrf – a taba foi tomada pelo som da
flatulência. O chefe indígena, que se preparava para pôr o presente no pescoço,
súbito mudou de ideia. Desinteressou-se do colar, só querendo saber do apito
que tinha emitido som tão peculiar.
A história correu meio mundo e
veio parar nos ouvidos de Haroldo Lobo, que, sabidamente perspicaz, não perdeu
tempo. Aproveitou a base da marcha Chefe
vai voltar, que estava pronta desde o ano anterior e fez nova letra
contando a história a seu modo. O resultado foi o maior sucesso do carnaval de
1961 e um dos maiores do próprio Haroldo: Índio
quer apito, marchinha co-assinada por Milton de Oliveira e gravada em fins
de 1960 pelo cantor Walter Levita, na Continental.
Curiosamente, as expectativas de
sucesso eram pequenas, tanto que a marcha foi para o lado B (!!!) do disco que
trazia como principal aposta uma certa Vaca
de presépio, também uma marchinha de Haroldo e Milton, mas que hoje ninguém
sabe por onde muge. Desde então, Índio quer apito virou clássico do repertório
carnavalesco, com 20 regravações desde então, por artistas diversos como Jorge
Goulart, Pixinguinha, Beth Carvalho e até Mr. Catra.
Índio quer apito
Haroldo Lobo e Milton de Oliveira
Haroldo Lobo e Milton de Oliveira
Ê... eê-eê!
Índio quer apito
Se não der
Pau vai comer
Índio quer apito
Se não der
Pau vai comer
Lá no bananal mulher de branco
Levou pra índio colar esquisito
Índio viu presente mais bonito
“Eu não quer colar, índio quer apito!”
Levou pra índio colar esquisito
Índio viu presente mais bonito
“Eu não quer colar, índio quer apito!”
Clique aqui
para ouvir a primeira gravação de Índio
quer apito, por Walter Levita.
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