
Carnavália marcou o retorno de Marlene aos palcos e no ano seguinte lá estava ela no Teatro Miguel Lemos, em Copacabana, cantando sua própria trajetória num show que tinha como título o grito de guerra de seu fã-clube na era do rádio: É a maior! Com direção de Fauzi Arap e Hermínio Bello de Carvalho, o espetáculo seria definido por Marlene como “o grande divisor da minha carreira, pois a partir dele as novas gerações me descobriram e me deram prestígio.” A cantora contaria que o espetáculo também “me permitiu cantar os novos compositores que estavam aparecendo na época: Chico, Caetano, Gil, Milton, todo mundo.” A temporada se estendeu pelos palcos do Teatrinho de Bolso (Ipanema) e do Teatro Ginástico (Centro).
Nesse último espetáculo, uma das músicas lançadas por Marlene foi uma composição de Gonzaguinha que rendeu à cantora uma de suas interpretações mais marcantes...
Galope
Gonzaguinha
O galope só e bom quando é à beira mar
O galope só é bom quando se pode amar
Esse mote só é bom bem livre de cantar
Falar em morte só e bom quando é pra banda de lá
Ei, sacode a poeira
Imbalança, imbalança, imbalança, imbalança
Casa de ferreiro, espeto de pau
Quem não engole espinha nunca vai se dar mal
Quem não dança minha dança é melhor nem chegar
Se puxou do punhal tem que sangrar
Tem que sangrar, tem que sangrar
Ei, sacode a poeira
Imbalança, imbalança, imbalança, imbalança
Me dê um cadinho de cachaça
Me aqueça, me aperte, me abraça
Depressa, correndo, vem ligeiro
Me dê teu perfume, dê um cheiro
Encoste em meu peito o coração
Vamos mostrar pr’esse cabras como se dança um baião
Oi, quiser aprender é favor prestar atenção
Ei, sacode a poeira
Imbalança, imbalança, imbalança, imbalança
Deixa essa criança chorar, deixa essa criança chorar
Não adianta cara feia, nem adianta se zangar
Que ela só vai parar quando essa fome passar
Ih, doutor, uma esmola a um pobre que é são
Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão
Ei, sacode a poeira
Imbalança, imbalança, imbalança, imbalança
Clique aqui para ouvir (e ver!) Marlene interpretando Galope.
Nenhum comentário:
Postar um comentário